Mundo Chineses são obrigados a trocar imagens de Cristo por Xi Jinping
Uma comunidade rural do sul da China está obrigando os cristãos da região a retirar das suas casas os retratos de Jesus Cristo, cruzes e outros símbolos religiosos para substituí-los por quadros com a imagem do presidente Xi Jinping. Milhares de fieis da comarca de Yugan, parte da província de Jiangxi, seguiram a ordem das autoridades locais, que fizeram ameaças de cortar os benefícios econômicos destinados aos mais pobres, informou nesta terça-feira o jornal South China Morning Post.
“Muitos camponeses são ignorantes, acreditam que Deus é seu salvador, mas depois do trabalho dos líderes se darão conta dos seus erros e verão que já não devem depender de Jesus, mas sim do Partido Comunista para a ajuda”, destacou o presidente de uma das assembleias locais, Qi Yan, em entrevista à publicação. De acordo com o oficial, mais de 1.000 retratos do presidente chinês foram distribuídos pela região, que concentra cerca de 6.000 cristãos.
Pouco mais de 10% da população de Yugan é composta de cristãos. Uma proporção similar da cidade, que conta com mais de um milhão de habitantes, vive abaixo da linha da pobreza, apontam os dados oficiais. Yan alega que o moradores não são obrigados a excluir todos os ícones religiosos de casa. “Apenas pedimos a eles para que removam a imagem do centro de seus lares”, justificou o oficial, que adicionou que “eles ainda podem exibir os símbolos em outros quartos, mas o que requisitamos é que não se esqueçam de demonstrar em suas salas principais a gentileza do Partido”.
Estima-se que a comunidade cristã na China seja maior que o número de filiados do Partido Comunista, que conta com 90 milhões de membros em suas fileiras. Durante o regime de Xi Jinping, líder alçado à posição de governante chinês mais poderoso em 40 anos no último congresso da sigla, houve um aumento da repressão do governo, fundamentado no ateísmo, contra crenças religiosas. A remoção de cruzes e outros símbolos cristão no leste do país foi acompanhada de medidas de limitação da fé islâmica no noroeste, sob a justificativa da luta contra o jihadismo.
(com EFE)