Mulher e cunhado de Ronnie Lessa são alvos de operação sobre armas do caso Marielle

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São cinco mandados de prisão e 20 de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos
Um dos endereços alvos da operação – Reprodução / TV Globo
Rio – A Polícia Civil faz, desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira, uma operação para prender suspeitos de envolvimento no sumiço das armas usadas nos assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018. Dentre os alvos da Operação Submersus, como foi batizada, estão a esposa e um cunhado do PM reformado Ronnie Lessa, apontado como um dos autores do crime, Elaine Pereira Figueiredo Lessa, e Bruno Pereira Figueiredo, respectivamente.
O próprio PM, que está em um presídio federal em Porto Velho, em Rondônia, é um dos alvos da operação; além de José Márcio Mantovano, o Márcio Gordo, e Josinaldo Lucas Freitas, o Di Jaca. Todos os mandados de prisão, expedidos pela 19º Vara Criminal da Capital, foram cumpridos.
Os cinco são acusados de ter ocultado armas da quadrilha, dentre elas possivelmente a submetralhadora HK MP5 que teria sido usada para matar Marielle e Anderson, que nunca foi encontrada. Ronnie vai responder pelo crime de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e associação criminosa, enquanto Elaine, Bruno, Márcio Gordo e Di Jaca foram indiciados por obstrução da Justiça e associação criminosa.
Alem das prisões, também estão sendo cumpridos 20 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos no Centro do Rio e nas zonas Sul e Oeste.
Os cinco alvos:
. Ronnie Lessa: preso em RO
. Elaine Lessa: preso
. Márcio Montavano: preso
. Josinaldo Freitas: preso
. Bruno Figueiredo: se entregou na DHC
ARMAS JOGADAS NO MAR
De acordo com as investigações do caso, que estão sendo feitas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o grupo teria posto em prática o plano de jogar as armas nas águas da Barra da Tijuca, próximo às Ilhas Tijucas, sob o comando de Elaine Lessa. O armamento foi lançado ao mar dois dias depois das prisões de Ronnie e do ex-PM Élcio de Queiroz (outro apontado como autor do crime), na madrugada do dia 13 de março.
Segundo o Ministério Público estadual (MPRJ), na ocasião, um carro com quatro ocupantes tentou entrar no imóvel alugado por Ronnie na Rua Professor Henrique da Costa, no Pechincha, para retirar seus pertences do local. Os ocupantes do veículo foram impedidos de entrar no prédio pela administração do condomínio.
Já de tarde, Bruno levou Márcio Gordo até o apartamento de Ronnie e, de lá, retirou uma grande caixa com pertences, como mostram as câmeras de segurança do condomínio, retornando em seguida ao veículo dirigido por Bruno.
Na manhã seguinte, Márcio Gordo foi ao estacionamento de um supermercado da Barra com seu carro, onde se encontrou com Di Jaca e retiraram de dentro de um outro veículo caixas, bolsas, malas e rumaram para destinos diferentes.
Enquanto, Márcio Gordo seguia para um local desconhecido ignorado, Di Jaca se dirigiu para a colônia de pescadores do Quebra-Mar da Barra, onde alugou os serviços de um barqueiro e atirou todo o conteúdo retirado do apartamento de Ronnie ao mar, sendo possível identificar armas de grosso calibre e peças para a montagem de armas.
Em depoimento à DHC, um pescador revelou que foi contratado por um homem, identificado depois como Di Jaca, recebendo R$ 300 para levá-lo ao local onde “fuzis e pequenas caixas”, que estavam em uma mala e em uma caixa, fossem jogadas próximas às Ilhas Tijucas.
Com o auxílio de mergulhadores do Corpo de Bombeiros e da Marinha, foram realizadas buscas no local, mas nada foi encontrado. A grande profundidade e as águas muito turvas dificultaram o trabalho.
GRANDE APREENSÃO
No mesmo dia da prisão de Ronnie e Élcio, o MPRJ cumpriu um mandado de busca e apreensão em outro endereço ligado a Ronnie, no Méier, apreendendo grande material bélico e centenas de peças para montagem de armas de fogo de grosso calibre, armazenadas em caixas de papelão.
Posteriormente, ao chegarem ao apartamento de Ronnie no Pechincha para cumprir mandado de busca e apreensão, agentes do MPRJ e policiais civis encontraram um torno de bancada, duas chaves para montagem de fuzis, uma ferramenta utilizada no torno e caixas de papelão semelhantes as encontradas no imóvel do Méier, denotando que o local também era utilizado como depósito de armas pelo denunciado
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