ASSISTÊNCIA Hospital Geral do Estado dispõe de 301 leitos de retaguarda para evitar superlotação
Todos os dias, uma média de 40 pacientes são transferidos para outras unidades
Para evitar a superlotação, o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, transfere, diariamente, uma média de 40 pacientes para 301 leitos contratualizados em unidades filantrópicas e privadas, especializadas em procedimentos que não são realizados no maior hospital público de Alagoas.
Situação vivenciada pela cantora alagoana Luana Costa, 34 anos, que sofreu um acidente de motocicleta no dia 2 de março deste ano e, depois de receber o primeiro atendimento de emergência no maior hospital público de Alagoas, foi encaminhada à Santa Casa de Maceió para ser submetida à cirurgia para correção de uma fratura na pelve.
“Aceitei a carona de um amigo e acabamos nos envolvendo em um acidente de trânsito, que me arremessou por mais de 20 metros, desencadeando uma fratura na pelve. Fui socorrida e encaminhada para o HGE, onde recebi os atendimentos emergenciais e estabilização do meu quadro clínico, até que me transferissem para a Santa Casa de Maceió, que possui leitos de retaguarda mantidos pela Sesau, onde recebi o atendimento que eles classificam como segundo tempo”, relatou Luana Costa.
O procedimento de transferência é realizado diariamente pelo Núcleo Interno de Regulação (NIR) de leitos, distribuídos em unidades privadas e filantrópicas credenciadas. O HGE possui leitos de retaguarda no Hospital Sanatório (clínica médica, pneumologia, pós-operatório e neurologia), Hospital Veredas (clínica médica, cardiologia e ortopedia), Santa Casa de Maceió (oncologia e UTI), Hospital Médico Cirúrgico (clínica médica e ortopedia) e Hospital Vida (nefrologia).
O NIR ainda regula as consultas de pacientes que, após a alta médica, precisam continuar com algum tipo de assistência. Ele também é responsável pelo monitoramento de pacientes crônicos, de longa permanência no hospital, como os oncológicos e com algum procedimento eletivo (cirurgias de segundo tempo, não emergenciais). O serviço trata, ainda, de pacientes da neurocirurgia, que não são perfis do HGE.
“Buscamos agilizar a transferência desses pacientes para que eles sigam o caminho na Rede Assistencial da Saúde e recebam o tratamento específico, visto que o HGE não é referência no atendimento de emergência para politraumatizados. Em geral, o Núcleo Interno de Regulação trabalha com esses dois braços: as transferências internas e externas e a regulação de exames que o HGE não faz, como a ressonância, por exemplo, realizada em outras unidades hospitalares conveniadas ao SUS. Quanto às consultas, são direcionadas ao Ambulatório do HGE”, ressaltou a médica Virgínia Beatriz Sarmento, coordenadora do serviço.
Ela explicou que o NIR trabalha com os leitos de retaguarda, além dos conveniados ao SUS, “sejam eles garantidos com recursos do Ministério da Saúde ou os que têm contrapartida do Estado”.
Segundo a médica, os hospitais informam as vagas de acordo com as especialidades e a gestão do HGE realiza a transferência, seguindo o perfil de cada paciente. “Em caso de risco de lotação, solicitamos mais vagas aos hospitais que integram nossa rede, para que a transferência seja efetuada”, ressaltou Virgínia Beatriz Sarmento.
A médica do HGE esclareceu, ainda, que as transferências de pacientes de cuidado interno permitem a disponibilização de mais vagas para as áreas críticas, equilibrando o número de pacientes por setor dentro do hospital e, também, repercutindo na assistência prestada pelos médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde. “Nossa prioridade são os setores que precisam sempre oferecer vagas, como a Recuperação Pós-Anestésica, UTI, Unidade de Dor Torácica e as áreas Vermelha e Amarela, além da porta de entrada da urgência”, ressaltou.
A saída dos pacientes depende de vários fatores, com destaque sempre para o quadro clínico. “Uma pessoa só vai a um hospital de retaguarda se este oferecer todas as condições para receber o doente em questão”, pontuou a médica do HGE.
Agência Alagoas