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Jovem negro é agredido por horas no supermercado G Barbosa em Maceió

Jovem negro é agredido por horas no supermercado G Barbosa em Maceió
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Um jovem negro, que não teve o nome revelado, agredido, humilhado e obrigada a assumir a autoria de um roubo que não cometeu. O caso ocorreu no Supermercado G Barbosa da Feirinha do Tabuleiro, parte alta de Maceió, no sábado, 21, um dia após o feriado da consciência negra, e dois dias após o brutal assassinato do autônomo Beto Freitas, que chocou o país no Carrefour de Porto Alegre (RS).

De acordo com o jovem, ele foi acusado de ter roubado um celular do supermercado. Após a acusação, ele foi agredido, por cerca de 3 horas por um suposto policial que presta serviço ao supermercado.

Durante o momento das agressões, o jovem foi filmado e obrigado a assumir a autoria do crime de furto. As agressões só acabaram após a chegada da polícia.

Segundo o relato do jovem, ele foi ao local para comprar um celular, que havia pesquisado o preço no local dois dias antes. Ele, que faz bico como jardineiro, sacou o dinheiro do auxílio emergencial e foi ao local, com R$ 1.090 no bolso, para comprar o celular.

“Cheguei por volta das 10h40, com R$ 1.090 no bolso. Chamei o funcionário para perguntar o valor do aparelho que estava no mostruário. Quando toquei no telefone, apareceu atrás de mim um homem que se apresentou como policial e me levou para uma sala”, relatou o jovem.

Na tal sala, o jovem foi agredido e constantemente o suposto policial questionava onde estava o celular. “Ele começou a dar nas minhas costas e na minha cara, perguntando por esse celular. Ele mostrou um vídeo que mostrava um rapaz que estava com uma camisa parecida com a minha e era negro também e que tinha furtado um aparelho. Ele continuou me batendo, me deu tapas na cara e colocou um saco na minha cabeça, para me sufocar. Eu mostrei o dinheiro que estava no meu bolso, para comprar um aparelho, mas não adiantou”.

Na sala onde ocorreram as agressões estavam o gerente da loja e uma outra pessoa, mas nenhum deles impediu a agressão. “Entrei na sala por volta das 10h40 e saí quase 14h. Eles só me liberaram depois que chegou um camburão da Polícia Militar. Eu conhecia um dos policiais de um canal do Youtube. Ele que me ajudou a sair, dizendo que acreditava no que eu estava dizendo”.

O jovem registrou um boletim de ocorrência na Central de Flagrantes I, no bairro do Farol, e passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) da capital.

No BO ainda consta que o jovem foi obrigado a assumir a autoria do furto. “a vítima, com medo de sofrer mais agressões, confessou que foi ele”, diz um trecho do BO.

Em entrevista a um Portal de Notícias de Maceió, na manhã deste domingo, 22, o jovem contou que apesar das marcas e as dores da agressão estarem diminuindo, o constrangimento não passa. “Eu só estou com o rosto doendo um pouco. Ontem estava mais. Me senti muito constrangido. Fiquei com medo, porque me bateram, me pegaram no meio do supermercado”.

“Isso foi muito humilhante. Ele tem 19 anos, vai fazer 20, está em busca do 1º emprego. Filmaram a agressão, mandaram para alguém. Um rapaz veio falar comigo dizendo que viu meu filho apanhando. Quero que o G Barbosa responda por tudo. Todo mundo conhece meu filho aqui no conjunto. Ele é trabalhador. É humilhante, uma coisa absurda, o cara com dinheiro para comprar. Não precisava terem feito o que fizeram. Nunca pensei que fosse passar por isso. Eu já achei um horror o que aconteceu no Carrefour, e dois dias depois acontece com meu filho. É um absurdo, é horrorizante”, disse o pai do jovem.

Até o momento, a empresa G Barbosa não se pronunciou sobre o caso.

JAENOTICIA

 

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