China e Europa selam acordo comercial de alto impacto global
Depois de sete anos de negociação, China e Europa selaram na terça, a dois dias do fim do ano, um amplo acordo de investimentos de impacto global: empresas europeias terão amplo acesso ao mercado chinês e vice-versa
A China e União Europeia fecharam um acordo de investimentos que estava em negociação havia mais de sete anos. O Acordo Abrangente de Investimentos, assinado na terça-feira (29), a dois dias do fim de 2020, tem alto impacto econômico e geopolítico. Em resumo, o pacto facilita o acesso de empresas europeias ao mercado chinês e vice-versa.O pacto é uma vitória de Angela Merkel, que administrou suspeição e resistência de europeus em relação à China, informa Tatiana Prazeres na Folha de S.Paulo. Tratava-se de uma prioridade da Alemanha, que preside o Conselho da União Europeia até 31 de dezembro.
“O entendimento é uma conquista para empresas europeias com interesses na China. As maiores beneficiárias são as alemãs, pioneiras no mercado chinês e hoje com vínculos sólidos no país. Na outra ponta, beneficiam-se países europeus interessados em investimentos chineses” – avalia Prazeres.
A China também ganha com o acordo, segundo a advogada especializada em Relações Internacionais, que foi conselheira sênior na direção-geral da OMC. A China, escreveu ela, “soube aproveitar a janela de oportunidade que estava se fechando. A partir de janeiro, não haverá mais o impulso alemão à frente do Conselho e, sobretudo, a relação transatlântica mudará com Joe Biden nos EUA”.
O acordo “gera incômodo nos EUA”, segundo Prazeres: “A menos de um mês da posse do novo presidente, muitos imaginavam que os europeus fossem se coordenar com os americanos antes de uma decisão como esta”.
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