AGUA 18/06
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Contando as horas, idosos ainda sem vacina para Covid-19 vivem entre expectativa e frustração

Contando as horas, idosos ainda sem vacina para Covid-19 vivem entre expectativa e frustração
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Aos 80 anos, dona Gilda Moreira já sonhava com o dia que poderia voltar a sair de casa e rever as amigas do samba.

 

Aos 80 anos, dona Gilda Moreira já sonhava com o dia que poderia voltar a sair de casa e rever as amigas do samba. Maquinava até como confeccionar uma máscara para bebericar sua cervejinha e se manter protegida. Mas a presidente da Velha Guarda da Estação Primeira de Mangueira está entre cerca de um milhão de pessoas dos grupos prioritários para a vacina contra o coronavírus no Rio que, com doses insuficientes até agora, terão de aguardar por novas remessas. Frustração é o sentimento que dona Gilda relata sobre o instante em que soube que tardaria um pouco mais para ser imunizada. Mas, entre idosos, parte dos profissionais de Saúde e pessoas com comorbidades que estão na mesma espera, cabem também ansiedade e o medo de contrair a doença.

Dona Gilda, que não bota o pé fora de casa desde março do ano passado, conta que chora, passa horas conversando com Deus, como se ele estivesse na sua frente, e acompanha atenta as notícias sobre a vacina, tanto que fala com propriedade sobre assuntos do momento como ingrediente farmacêutico ativo (IFA) e relações diplomáticas do Brasil com a China e a Índia.

O que ela queria realmente fazer, porém, era estar na quadra da verde e rosa ou maratonando encontros e festas das velhas guardas. São eventos com um calendário de janeiro a janeiro. No último feriado de São Sebastião, por exemplo, seria na Estácio de Sá, se o mundo não estivesse de pernas para o ar.

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