HOMICÍDIO EM GUARUJÁ Júri condena a 19 anos homem que perguntou “quem vai morrer primeiro?”
Acusado de matar com um tiro no rosto um homem logo após lhe perguntar “quem vai morrer primeiro?”, um professor de artes marciais foi condenado nesta quinta-feira (17/3) a 19 anos de reclusão, em regime inicial fechado. Em seguida ao crime, dirigindo-se a amigos da vítima, o réu ainda perguntou “quem vai ser o próximo?”, mas não efetuou outros disparos e fugiu. O homicídio aconteceu em um restaurante na avenida Dom Pedro, na Enseada, em Guarujá (SP), na madrugada de 10 de outubro de 2020.
Os jurados acolheram a tese do promotor Rafael Vianna de Oliveira, segundo a qual o homicídio foi qualificado pelo motivo fútil e pelo emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A advogada Sabrina Amâncio Costa atuou como assistente da acusação. A defesa foi exercida pelo advogado Alexander Neves Lopes. Ele sustentou a tese de negativa de autoria e, subsidiariamente, pleiteou o afastamento das qualificadoras.
Sob a presidência do juiz Thomaz Correa Farqui, a sessão aconteceu no Fórum de Guarujá. Ela teve início às 9h15 e terminou às 20h40. Oito testemunhas depuseram no plenário e os debates contaram com réplica e tréplica. Na sentença, o magistrado assinalou estarem presentes os requisitos da prisão preventiva, negando ao réu a possibilidade de recorrer em liberdade. O advogado Alexander Lopes informou que apelará ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
A vítima foi o pintor de embarcações Leonardo dos Santos Antônio, que trabalhava em Santa Catarina, mas aproveitava dias de folga para rever a família e amigos residentes na Baixada Santista. No momento do disparo, Leonardo e o grupo que o acompanhava no restaurante se preparava para ir embora. As testemunhas disseram que não houve um motivo específico para o crime. Após ser identificado, o professor de artes marciais teve a prisão decretada, mas a sua captura só ocorreu em 25 de fevereiro de 2021, no município de Cunha (SP).
A versão apresentada pelo réu é a de que ele estava no estabelecimento quando a vítima e os seus amigos começaram a proferir “xingamentos”. De acordo com o acusado, ele foi chamado de “verme” e “bota”, pois teria sido confundido com policial em razão de trabalhar como socorrista em equipe de resgate. Na sequência, um dos acompanhantes de Leonardo sacou uma arma de fogo e o réu apenas o imobilizou com um golpe de jiu-jítsu, momento em que houve o disparo e o pintor de embarcações foi atingido.
1506474-25.2020.8.26.0223
CONJUR