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CRÔNICAS COMPARTILHADAS Conrado Hubner submetia antes à ‘lava jato’ o que publicaria

CRÔNICAS COMPARTILHADAS Conrado Hubner submetia antes à ‘lava jato’ o que publicaria
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O cronista Conrado Hübner Mendes, em pelo menos um caso, submeteu o que ia publicar aos procuradores da República da autoapelidada “força-tarefa da lava jato”. Nas conversas registradas na chamada “vaza-jato”, o procurador Paulo (possivelmente Paulo Roberto Galvão de Carvalho) relata ao esquema curitibano que passou 45 minutos ao telefone com o cronista — tempo suficiente para se saber o que os veículos de imprensa para os quais ele colaborava publicariam, bem como para algumas recomendações que só um bom assessor de imprensa pode dar.

A conversa registrada a seguir ocorreu em 11 de março de 2019. Três dias depois, saía publicada uma coluna de Conrado Hubner citando Carlos Fernando Santos Lima e dando conselhos aos tarefeiros.

21:25:35 Paulo 45 min no telefone com o Conrado Hubner, a pedido do Andrey
21:26:22 Paulo tirou todas as dúvidas, entendeu bastante, mas dois pontos ele vai fazer “criticas construtivas”, embora eu tenha dito que são detalhes que não desnaturam a importância da fundação: o assento na gestão e a sede em Critiba
21:31:33 Paulo além disso, vai bater em CF chamar os críticos de burros e Deltan messiânico

Hubner se diz professor de Direito sem jamais ter cursado Direito. Também diz ter obtido doutorado com tese sobre Direito Constitucional na Escócia, um país que não tem Constituição. Algo como fazer mestrado sobre a vegetação do Alaska no deserto do Sahara.

No mesmo diálogo em que mencionam o cronista, os procuradores também relataram conversas com a Advocacia-Geral da União, que vinha se opondo à destinação “específica” de valores bloqueados por Marcelo Bretas no Rio. Também ficam evidentes as tentativas da turba de se opor, por várias vias, à destinação do dinheiro oriundo dos acordos de leniência para o caixa da União.

Outras conversas, também obtidas com exclusividade pela ConJur, mostram que Deltan Dallagnol planejou usar a ONG Transparência Internacional para receber um prêmio, abastecer seu fundo e evitar impostos; e que a entidade temia não receber sua parte no esquema armado para desviar o dinheiro das leniências para uma fundação privada.

As conversas também mostram movimentações de bastidores para tentar impulsionar o projeto das “10 medidas contra a corrupção”, que envolveu costuras com Silas Malafaia, que na época tinha sido investigado pela Polícia Federal por desvio de dinheiro, e com um empresário que ocupava uma das vice-presidências da Caixa Econômica Federal.

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