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Morre aos 71 anos o jornalista alagoano Antônio Ezequiel

Morre aos 71 anos o jornalista alagoano Antônio Ezequiel
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Morreu no sábado (17) o jornalista, radialista e ator de teatro Antonio Ezequiel Cordeiro de Lima. Natural de Palmeira dos Índios, Agreste alagoano, ele tinha 71 anos, convivia com uma cirrose hepática, que havia sido diagnosticada há alguns anos, e faleceu por conta de um câncer. O profissional era formado pela Universidade Federal de Alagoas e atuou na antiga Rádio Palmares (AM 710), como locutor e redator, e nas rádios Maceió, Difusora, Progresso e Gazeta, além da Tribuna de Alagoas. Trabalhou também em várias assessorias de órgãos públicos, como a Secretaria de Estado da Comunicação e Sindicato dos Bancários, foi diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão (Sindrário-AL). Participou de diversas atividades políticas de apoio a causas populares em Maceió, pertenceu ao movimento estudantil lutou contra a ditadura militar.

Familiares e amigos expressaram seu luto pelo falecimento do jornalista Antônio Ezequiel. “Perdemos um grande radialista e jornalista. Uma pessoa solidária e um companheiro de verdade. Ezequiel deixa seu exemplo de integridade e profissionalismo. É um momento muito triste e quero manifestar meus sentimentos aos familiares”, declarou Flávio Peixoto, diretor administrativo e financeiro da Jorgraf e ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal).

 

A jornalista Olívia de Cássia detalhou mais funções que Ezequiel desenvolveu em sua carreira. “Ezequiel era da minha turma na faculdade. Ele desenhava divinamente, radialista, ele trabalhou como diagramador., como jornalista, como repórter. Ezequiel era demais”, afirmou Olívia.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, Alexandre Lino, pontuou que Antônio Ezequiel tinha o jornalismo, a cultura e a esquerda como pilares. “Perde o jornalismo. Perde a cultura. Perde a esquerda alagoana. Antônio Ezequiel tinha esses três compromissos como pilares em sua vida. Sempre gentil e atencioso, muitas vezes me orientou quando eu ainda dava os primeiros passos na profissão. Sempre o encontrava nas atividades do Sindjornal, e ele nunca deixou de incentivar para que seguisse na luta. Falava com carinho sobre a responsabilidade de cada um de nós com o que vamos deixar para o futuro. Vai fazer muita falta”, frisou Alexandre.

O ator Chico de Assis, amigo de Ezequiel, relatou também que o profissional ilustrou diversos livros para a Sergasa e que era um grande artista. “O Antônio Ezequiel é um grande artista, artista maravilhoso. Os primeiros trabalhos do Ezequiel, eu me lembro bem, ilustrando livros na antiga Sergasa. Era o melhor bico de pena daqui de Alagoas. Um homem talentosíssimo e ilustrou muitos livros. O Ezequiel também, eu me lembro bem, atuou comigo no teatro. Nos espetáculos Peças do Pedro Onofre, que era muito amigo dele também. Mundaú, Terra Maldita, Suicídio, depois fizeram o filme do Pedro Onofre. O Antônio Ezequiel foi quem protagonizou o filme. Uma pessoa de extremo talento e um ser humano magnífico, um amigo de todas as horas, além do trabalho como jornalista, como pesquisador”, destacou Chico de Assis. Sua primeira participação em filme dirigido por Nelson Pereira dos Santos, ‘Memórias do Cárcere’, com os amigos Chico de Assis e Fernando Valões.

Como jornalista, Ezequiel realizou, segundo Chico, uma pesquisa sobre a poluição das lagoas Mundaú e Manguaba que já pontuava, na década de 1980, a situação que hoje ocorre com a Braskem, que se chamava Salgema àquela época. A pesquisa virou a produção de um vídeo no Curso de Comunicação Social da UFAL, com imagens de José Pires e edição de Roosevelt Valões. “Uma pessoa que ia atrás da notícia, da veracidade da notícia. Enfim, fez um trabalho extraordinário, Ezequiel, sobre o complexo estuarino Mundaú-Manguaba. Já naquela época, muito tempo atrás, início da década de 80, por aí, Ezequiel fez uma pesquisa sobre a poluição das lagoas Mundaú e Manguaba, que já inclusive colocava em xeque todo esse problema que está havendo agora, da Braskem. Então, eu conheci Ezequiel e ainda na minha adolescência, nós somos amigos lá, ele morava no Bom Parto e eu no Mutange. Morava na rua por trás da Avenida General Hermes, perto da igreja Nossa Senhora do Bom Parto. E a gente, então, quando ele passou, inclusive, no vestibular, celebramos juntos, ele passou para jornalismo. Pois é, saudade imensa, meu amigo. Mas que deixou, assim, uma obra, um trabalho voltado para aquilo que ele mais gostava, que era exatamente a arte, a cultura e a comunicação. Saudades eternas, querido amigo Ezequiel”, encerrou Chico.

Ele foi sepultado no domingo (18), no Cemitério São Luiz, que fica no Conjunto Colina dos Eucaliptos, bairro Santa Amélia. Saudades eternas dos amigos e familiares.

 

Redação com tribunadosertao

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