Morre o ator Francisco Cuoco, ícone da televisão brasileira, aos 91 anos

Francisco Cuoco encontrava-se internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, há cerca de 20 dias, período durante o qual permaneceu sedado.
Francisco Cuoco, um dos maiores nomes da teledramaturgia nacional, morreu nesta quarta-feira (18), aos 91 anos, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O ator estava internado há cerca de 20 dias. A causa oficial da morte não foi divulgada.
Recentemente, em entrevista, Cuoco revelou que enfrentava problemas de saúde, incluindo ansiedade e dificuldades de locomoção. Com cerca de 130 quilos, vinha sendo acompanhado por cuidadores em atividades do dia a dia, como banho e deslocamentos.
Uma carreira marcante
Com mais de seis décadas de trajetória, Francisco Cuoco foi protagonista de algumas das novelas mais emblemáticas da TV Globo e ajudou a moldar o perfil do galã brasileiro a partir dos anos 1970.
Nascido em 1933, no bairro do Brás, em São Paulo, Cuoco descobriu cedo sua vocação artística. Abandonou o curso de Direito para estudar na Escola de Arte Dramática e, ainda nos anos 1950, integrou o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e o Teatro dos Sete, ao lado de nomes como Fernanda Montenegro e Sérgio Britto.
Estreou na televisão por meio dos teleteatros da TV Tupi, em uma época em que os programas eram transmitidos ao vivo. Logo passou a atuar em novelas de emissoras como Record e Excelsior, destacando-se em produções como Redenção (1966) e Legião dos Esquecidos (1968).
A chegada à TV Globo ocorreu em 1970, onde consolidou sua carreira estrelando sucessos como Selva de Pedra (1972), O Semideus (1973), Pecado Capital (1975), O Astro (1977) e O Outro (1987). Em muitas dessas produções, dividiu a cena com Regina Duarte, formando um dos pares românticos mais icônicos da televisão brasileira.
Dono de uma presença marcante, transitava com naturalidade entre o drama e o humor, sempre valorizando o texto e a profundidade emocional dos personagens.
Além das novelas, Cuoco teve passagens importantes pelo teatro, cinema e até pela música — gravou dois discos, entre eles um álbum de orações.
Nos anos 2000, passou a fazer participações especiais e papéis coadjuvantes em novelas e séries como Passione (2010), Sol Nascente (2016), Segundo Sol (2018) e Salve-se Quem Puder (2020). Seu último trabalho na televisão foi no especial Juntos a Magia Acontece, exibido em 2020.
Em 2025, foi homenageado pelo Globoplay na série documental Tributo, que relembrou sua vida e carreira.
Redação