CPMI do INSS expõe esquema bilionário contra aposentados: Renan e Gaspar em lados opostos de uma investigação que incomoda Brasília
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o chamado “Escândalo do INSS” — um esquema de descontos indevidos promovido por associações e entidades sindicais contra aposentados e pensionistas — realiza nesta quarta-feira, 20, sua primeira reunião oficial. O caso, que teria causado prejuízos bilionários desde os governos Temer e Bolsonaro, só veio à tona após investigações da Polícia Federal na atual gestão, que indiciou suspeitos com trânsito livre no Congresso e no Judiciário.
Entre os 30 membros titulares da CPMI (15 senadores e 15 deputados federais), dois nomes de Alagoas chamam atenção: o senador Renan Calheiros (MDB), aliado do governo Lula, e o deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil), hoje na oposição. Ambos já estiveram do mesmo lado — Gaspar foi secretário de Segurança Pública durante o governo de Renan Filho — mas agora se encontram em campos opostos, refletindo o embate político que permeia a comissão.
A presença de figuras com histórico de influência e articulação política levanta questionamentos sobre a real disposição do Congresso em enfrentar os interesses que sustentaram o esquema por anos. A CPMI promete apurar como entidades conseguiram descontar valores diretamente dos benefícios de aposentados, sem consentimento claro, e com respaldo institucional.
O encontro desta quarta-feira está marcado para as 11h, e será o primeiro teste de força entre governo e oposição em torno de um escândalo que atinge diretamente os mais vulneráveis — os idosos que dependem do INSS para sobreviver.
Enquanto Renan reforça sua posição ao lado do Palácio do Planalto e do governador Paulo Dantas (MDB), Gaspar se consolida como voz crítica ao MDB e ao presidente Lula. A comissão, além de investigar, será palco de disputas narrativas que podem redefinir alianças e expor omissões históricas.
Redação