AGUA 18/06
Home Geral Alagoas Delegado analisa GPSs de viaturas e diz que PMs pensaram no socorro

Delegado analisa GPSs de viaturas e diz que PMs pensaram no socorro

0
0

O delegado Fábio Costa, que investiga o caso que resultou na morte de quatro suspeitos de crimes em Maceió nessa quarta-feira (16), após suposta troca de tiros com policiais militares, contestou nesta quinta (17) a versão dada por familiares de um dos mortos e denunciada na Comissão de Direitos Humanos da OAB de que a guarnição teria levado o suspeito ainda vivo para um local afastado antes de seguir com ele para o Hospital Geral do Estado (HGE). Um áudio que teria sido enviado pelo suspeito para a mãe dele está sendo analisado.

De acordo com o delegado, como as investigações estão em andamento, nenhuma possibilidade está descartada. Apesar disso, ele afirmou, durante entrevista a uma TV local, que já teve acesso aos relatórios dos GPSs instalados nas viaturas. Neles, foi possível constatar que os veículos da Polícia Militar, em nenhum momento, desviaram o caminho. O delegado também disse que, numa análise preliminar, os ferimentos existentes nos corpos dos suspeitos não são característicos de execução.

“Em nenhum momento essas viaturas pararam durante esse atendimento. A velocidade durante o percurso não zerou em absolutamente nenhum trecho. Eles saíram da Feirinha do Tabuleiro, pegaram a Santa Amélia, foram por uma região chamada Goiabeira para pegar Bebedouro e acessar o HGE. Para quem conhece a região alta e o trânsito na Durval de Góes Monteiro e na Fernandes Lima sabe que é o pior possível. Os policiais militares, pensando nesse socorro, no melhor tempo-resposta para o atendimento, escolheram esse trajeto. Inclusive, um dos indivíduos chegou com vida e está com vida até agora, demonstrando que o interesse das guarnições era resguardar a vida daqueles que tinham entrado em confronto e estavam feridos”, afirma o delegado.

O confronto que deixou quatro suspeitos mortos e um ferido aconteceu na manhã dessa quarta-feira (16), após um trabalho investigativo da polícia. Os ocupantes do veículo que entraram em óbito tinham passagens pela polícia e já respondiam por outros crimes. Segundo o delegado, eles estavam se preparando para agir contra um empresário no momento em que foram abordados e houve a troca de tiros.

O caso está sendo investigado e deve ser concluído dentro de 30 dias. Sobre os suspeitos, Fábio Costa ressalta a extensa lista de crimes aos quais eles eram vinculados. “Nosso compromisso é com a verdade. Se for apurado que houve falha na conduta de alguém, que houve excesso, certamente essa pessoa vai responder, mas ainda é cedo para chegar a uma conclusão. O que temos até agora é uma lista extensa de crimes”, pontua.

Direitos humanos

Para a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL), é preciso esclarecer detalhes sobre a perseguição policial. Tanto que a entidade vai solicitar à Secretaria de Estado da Segurança (SSP) investigação sobre a morte de um dos acusados, que gravou áudio momentos antes de ser baleado e encaminhou a um parente.

O teor do áudio enviado pelo aplicativo WhatsApp é que intriga a OAB. Nele, o assaltante afirma que está indo para o hospital e aparentemente está bem. Em seguida pede socorro e aparece como um dos mortos no confronto policial. O questionamento da entidade é sobre a versão de troca de tiros. “Não estou dizendo que não houve troca de tiros. Essa situação precisa ser analisada. O áudio parece uma situação após a troca de tiros, após o pessoal ser baleado”, declara o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Ricardo Moraes.

De acordo com o advogado, o áudio “dá a entender que alguém que não estava sofrendo risco de morte posteriormente apareceu morta. Tem que investigar”. “A gente não tinha nenhuma necessidade de atirar nessas pessoas para matar. Isso é pilantragem mesmo para provocar repúdio de algumas pessoas da sociedade contra a polícia”, diz o comandante do Batalhão de Polícia de Eventos (BPE), coronel Davi Monteiro, que participou da operação no Tabuleiro do Martins, sobre o áudio entregue por parentes de um dos mortos à OAB.

gazetaweb

DEIXE O SEU COMENTÁRIO

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *