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“Além de tudo é frouxo”, diz Freixo após Bolsonaro mentir que não atacou a China

“Além de tudo é frouxo”, diz Freixo após Bolsonaro mentir que não atacou a China
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Presidente insinuou que o gigante asiático criou o coronavírus em laboratório para uma “guerra química”, mas depois voltou atrás dizendo que não citou o país

grave insinuação que Jair Bolsonaro fez na manhã desta quarta-feira (5), sugerindo que a China criou o coronavírus em laboratório e vem encampando uma “guerra química”, tem gerado forte repercussão no meio político, principalmente depois que o presidente, na parte da noite, resolveu mentir e afirmar que não se referiu ao país asiático.

Em evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que “ninguém sabe se [o coronavírus] nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra?

Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês”. O país que mais teve crescimento no PIB, em 2020, foi justamente a China.

Já à noite, o presidente foi questionado sobre a fala feita pela manhã e ele negou que tenha se referido ao país asiático. “Eu falei a palavra China hoje de manhã? Eu não falei. Eu sei o que é guerra bacteriológica, guerra química, guerra nuclear. Eu sei porque tenho a formação. Só falei isso, mais nada. Agora ninguém fala, vocês da imprensa não falam onde nascem os vírus. Falem. Ou então têm medo de alguma coisa? Falem. A palavra China não estava no meu discurso de quase 30 minutos de hoje”, declarou, sem especificar qual seria o país, então, que estava falando.

A nova declaração gerou ainda mais reações de políticos e internautas e fez o termo “China” chegar à lista de assuntos mais comentados do Twitter.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) foi um dos que comentou o recuo do presidente. “Bolsonaro é além de tudo um frouxo”, escreveu o psolista, junto ao vídeo em que Bolsonaro aparece negando o que disse pela manhã.

Alessandro Molon (PSB-RJ) também repercutiu o fato: “Após ataques gravíssimos ao país, importante fornecedor de insumos para vacina, Bolsonaro faz papel ridículo ao tentar fugir da responsabilidade pela crise que criou. Erro atrás de erro de um presidente que não está à altura do Brasil”.

Já a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) alertou para o fato de que a postura de Bolsonaro pode fazer com que o Brasil fique sem receber insumos e vacinas produzidas pelo país asiático. “O que Bolsonaro pretende com esse novo ataque à China? Colocar em risco o fornecimento pro Brasil dos insumos chineses para produção de vacinas? Estamos perigando ficar sem por causa de Bolsonaro. Ele não ajuda e ainda atrapalha. Arthur Lira, não feche os olhos para isso!”, escreveu a petista em suas redes sociais.

“Doença mental”

A grave insinuação com relação à China na fala de Bolsonaro feita pela manhã ficou tão clara que o deputado Fausto Pinato (PP-SP), presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, divulgou uma nota para rebater o presidente.

“Estou preocupado sobre um possível desvio de personalidade da maior autoridade do Brasil. A meu ver, não se trata de uma pessoa irresponsável, desequilibrada e sem noção de mundo. Na verdade, pode tratar-se de uma grave doença mental que faz o nosso presidente confundir realidade com ficção. Penso que estamos diante de um caso em que recomenda-se a interdição civil para tratamento médico. O Brasil agradecerá”, diz a nota.

Nas redes sociais, o deputado postou, além da nota: “Não compactuaremos com afirmações desrespeitosas e irresponsáveis contra a China, que tem sido grande parceira do Brasil na luta contra a pandemia da Covid-19”.

Quem também se manifestou sobre o assunto foi o presidente da CPI do Genocídio, senador Omar Aziz (PSD-AM). “Acho que essa declaração de hoje vai piorar muito. Hoje foi ruim. Falou em guerra química. E nós estamos nas mãos deles. Não era a hora de cutucar ninguém”, disse o parlamentar.

Revistaforum

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